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O ano de 2020 mal havia começado, o país do carnaval encerrava sua maior festa popular quando em plena quarta-feira de cinzas, dia 26 de fevereiro, foi notificado oficialmente o primeiro caso de coronavírus (Covid-19) no Brasil.

Os dias a partir de então foram encobertos por tons de cinza, dias nebulosos de muitas incertezas onde a única certeza naquele momento inicial era: a pandemia chegou ao país pelas asas de um avião.

Os números de casos aumentavam diariamente mundo afora e o medo deste desconhecido inimigo mortal crescia. Inicia-se então a saga para equipar o SUS, a dificuldade em comprar equipamentos e EPIs, os preços dispararam, escassez de produtos, cargas a caminho do Brasil tiveram desvio de rota, superfaturamento e a construção dos hospitais de campanha.

Protocolos e decretos de lei foram criados com o objetivo de reduzir a rápida disseminação, característica deste vírus. Desse modo, achatariam a curva de contágio e o crescimento no número de casos, assim haveria tempo de preparar os hospitais e não deixar nenhuma pessoa sem assistência.

A onda de pânico e a luta pela sobrevivência em meio ao caos adentraram os condomínios de norte a sul do nosso Brasil.

Síndicos do dia para a noite passaram a ter poderes excepcionais e foram obrigados a tomarem decisões, agirem para que a vida em condomínio se adequasse a esta nova e assustadora realidade.

Você lembra a loucura que foi para comprar álcool em gel para colocar nos condomínios, materiais de limpeza para higienização e obter os EPIs para os colaboradores? A dificuldade em encontrar estes produtos fez os preços dispararem.

Entraram os decretos que proibiram o uso das áreas comuns, foi sancionada a lei da pandemia, lei 14.010/20, que permitiu a realização das assembleias virtuais e até hoje temos que conduzir a gestão dos condomínios de acordo com regras mais brandas ou rígidas que são definidas conforme a incidência de casos.

Você se viu no olho do furacão e era necessário agir, correu então em busca de esclarecimentos para implementar todas essas determinações da melhor forma. Assim, os grupos de síndicos no Whatsapp tornaram-se uma grande comunidade de troca e apoio mútuo, os especialistas também contribuíram, fizeram lives, levaram seus conhecimentos, informações, orientações para auxiliar, amenizar a ansiedade e enorme pressão sentida em meio às novas normas impostas até plataformas para realização das assembleias surgiram.

Ano atípico, tenso, estressante, tivemos todos que aceitar essa situação e seguirmos, porém não somos os mesmos, aprendemos muitas coisas neste caos, crescemos como profissionais e também como pessoas.

Será que você já parou para pensar o quanto cresceu? Pergunto por que tenho certeza disso, pois diante de tamanha adversidade não dá para resistir o impacto sem sofrer alterações. Concorda comigo?

Não pense então que você foi resiliente até porque isso tudo fez com que ultrapassasse a resiliência para tornar-se antifrágil.

A resiliência tem sua característica que é de enfrentar as situações de tensão, resistir às pressões e passado o período turbulento você retorna ao seu estado normal sem sofrer alterações, já uma pessoa antifrágil não apenas vence os desafios, mas cresce com eles.

Você, eu e tantos outros, foi como se tivéssemos sido atingidos por um vento muito forte e, na base da força, conseguimos ficar de pé. A pandemia nos tornou antifrágil, nos fez evoluir, pois permitiu não só assimilarmos os impactos como tirarmos lições e aprendermos com eles.

Recorde-se de tudo que aprendeu e fez de bom ao longo deste ano na gestão dos condomínios, para sua família, amigos e àquelas pessoas que cruzaram pelos seus dias e receberam a sua atenção até mesmo através de algumas palavras que lhes deram conforto, calma ou esperança. O ano não foi perdido e sim de evolução.

Desejo a você um novo ano próspero de muitas realizações, alegrias e saúde.

Boas festas.

Abraço e uma pitada de sorte!

Denise Gensas

Consultora Especialista em Gestão de Carreira e Desenvolvimento Profissional

Idealizadora e coordenadora do Síndico Profissional Talks e Diretora de Planejamento e Estratégia de Capacitação da AssosíndicosRS.

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