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05/12/2018

Obra em estação de esgoto gera polêmica

Obra em estação de esgoto gera polêmica

A instalação de um novo sistema de tratamento de esgoto no Conjunto Residencial Universitário, situado próximo à UFPE, na Várzea, Zona Oeste do Recife, está provocando polêmica entre os moradores do local. Antes desativado, o que refletia em sérios problemas de retorno de esgoto aos apartamentos e de poluição no rio, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) foi modernizada pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), mas, agora, apresenta outros problemas. A falha em uma válvula do tanque tem provocado mau cheiro, incomodando moradores dos blocos próximos ao equipamento. A polêmica ainda aumentou porque, segundo os condôminos, a administração do residencial não comunicou, em assembleia, sobre a necessidade da reforma na ETE, nem como seria a intervenção.

 

A reforma no equipamento ocorreu há um ano, mas nos últimos 20 dias o odor tem se intensificado. Morador há 30 anos do condomínio, Antônio Fernando, 60, reclama que o mau cheiro tem atraído muriçocas. “Ninguém aguenta mais. Chega fim de tarde é tanta muriçoca que a gente precisa ficar com aquelas raquetes elétricas, repelente”, queixou-se. Da varanda, Antônio vê parte da ETE.

 

Assim como ele, a moradora Ana Lúcia Alves, 53, classificou como irresponsabilidade da gerência do condomínio a realização da obra sem o aval dos moradores. O conjunto tem 20 blocos, com 320 apartamentos. Cerca de mil pessoas moram no local. “Qualquer intervenção tem que ser comunicada. Não é permitir e pronto”, afirmou ela, que reside há 36 anos no local. Até cerca de um mês atrás, um caminhão-pipa entrava no conjunto para recolher dejetos, mas, após várias reclamações, a atividade foi suspensa.

 

Compesa afirmou, em nota, que “recuperou recentemente a Estação de Tratamento de Esgoto do Conjunto Residencial Universitário” e que, em relação ao odor, a questão já havia sido “sanada”. Ainda segundo a companhia. “não houve e não há problema infraestrutural com os tanques da unidade”. A Folha esteve ontem no local e o mau cheiro persistia.

 

Síndica do Conjunto Residencial Universitário há dez anos, Marluce Figueirôa justificou a não realização de uma reunião com os moradores afirmando que a ETE é de responsabilidade da Compesa e, portanto, não caberia a ela intervir, mesmo estando o equipamento no interior do condomínio. “Os técnicos vêm sempre para avaliar o sistema e deram prazo até o fim de janeiro para reparar a válvula. Acredito que é preciso esperar para, então, reclamar de algo”, declarou Marluce. 

 

Fonte: FolhaPE


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