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Quando o “Consultor de Segurança Condominial” tem pouca chance de ser aprovado pela assembléia

Dicas para Condomínios com o Doutor Segurança - Dr. Jorge Lordello

Jorge Lordello, Conhecido na mídia como Doutor Segurança. É apresentador do programa Operação de Risco/RedeTV e comentarista de segurança do RedeTV News. Bacharel em Direito formado pela PUC/SP e autor de diversos livros no Brasil e exterior. Delegado de Polícia/SP por mais de 20 anos. Especialista em Segurança e Analista de Risco Condominial e Empresarial, palestrante, conferencista e pesquisador criminal.


16/04/2020

Quando o “Consultor de Segurança Condominial” tem pouca chance de ser aprovado pela assembléia

Quando o “Consultor de Segurança Condominial” tem pouca chance de ser aprovado pela assembléia

Um consultor de segurança vivenciou um grande problema ao ministrar palestra para moradores de um condomínio de classe média alta na Zona Sul/SP. 

 

Ao realizar, em companhia do zelador, análise de risco no prédio, o profissional encontrou diversas vulnerabilidades e falhas em relação à segurança patrimonial. De posse dos dados, elaborou projeto onde apontou as melhores e factíveis soluções. Foi marcada data para apresentação em assembleia geral.

 

O problema é que o resultado não foi o desejado pelo síndico e demais conselheiros.

 

O consultor em segurança foi interpelado algumas vezes por moradores que “achavam” que as soluções deveriam ser diferentes das apresentadas pelo palestrante.

 

O tumulto tomou conta da assembleia em 3 oportunidades. Ao final não havia clima para votação de nenhum item referente às propostas sugeridas.

 

Fui procurado pelo síndico para saber se o consultor contratado havia feito bom trabalho ou os moradores descontentes é que tinham razão.

 

Fiz na oportunidade a seguinte colocação:

 

“Mas se você que é o síndico e contratou o profissional na área de segurança tem dúvidas do trabalho realizado por ele, imagine os moradores”.

 

O administrador retrucou:

 

“Lordello, o consultor que contratei apresentou o projeto de segurança para o conselho e gostamos das soluções sugeridas, mas na assembleia algumas ideias foram tão criticadas e aí passei a ter algumas dúvidas também”.

 

Solicitei ao síndico que comentasse sobre as soluções do consultor que geraram tanta controvérsia. Entendi que o profissional contratado tinha toda razão; os moradores é que estavam equivocados.

 

Minha constatação foi que o profissional da área de segurança fez um bom projeto para o condomínio, mas não teve “autoridade” e habilidade para expor suas estratégias e convencer os condôminos.

 

A conclusão é a seguinte:

 

“Tão importante quanto elaborar projeto de segurança profissional para condomínios, é a forma de apresentá-lo para os moradores em assembleia. Nessas ocasiões, geralmente, os ânimos dos participantes ficam um tanto exaltados em razão das diferentes opiniões. Enquanto alguns desejam melhorar o nível de segurança, outros pleiteiam comodidade ou investimentos em outras áreas do edifício”.

 

Quando o palestrante não tem “autoridade” perante o público, o risco de ser desafiado e contrariado é grande. Não saber lidar com essa difícil situação faz com que o conteúdo da apresentação seja deixado de lado e a controvérsia impere na reunião.

 

No caso em tela, o resultado foi o pior possível, pois o ambiente na assembleia se tornou inviável para tomada de qualquer decisão e as soluções foram adiadas. Talvez jamais sejam executadas.

 

Ao escolher profissional na área de consultoria de segurança, o síndico está contratando dois serviços, sendo que o primeiro é a análise de risco e o segundo é a “apresentação” das soluções para todos os moradores. 

 

De nada adianta o contratado desenvolver um excelente Projeto de Segurança se não tem “domínio do palco” e ”autoridade” para transferir seu conteúdo.

 

Veja que são dois serviços completamente distintos, sendo o primeiro eminente técnico e o segundo extremamente ligado à área de comunicação. Por isso sempre digo que todo profissional de consultoria deve também ser “excelente palestrante”, pois além de demonstrar boa comunicação com o público deverá passar muita “autoridade” e firmeza em relação às sugestões que apresenta para clientes tão ecléticos e ávidos a retrucar.

 

Já ministrei centenas de palestras em condomínios e eventos para síndicos. É bastante comum encontrar a presença dos chamados “opinólogos”, que são aqueles que “acham”, mas não têm certeza de nada.

 

Esse é o público que pode derrubar um palestrante inexperiente e sem domínio do palco.

 

O consultor/palestrante é aquele que “não acha” e sim apresenta total “certeza” em suas propostas de solução.

 

A convicção deve ser tão grande e a forma de apresentar tão profissional, que os participantes se sintam desestimulados a contrapor. Percebem que o conhecimento que possuem é muito inferior ao conteúdo apresentado pelo palestrante contratado pelo síndico.

 

 

O leitor deve estar curioso para saber as qualidades que o consultor/palestrante deve possuir para conseguir transferir autoridade ao público que o contratou:

 

-Saber falar em público. Para tanto, deve participar de cursos de oratória e ler livros que ensinam técnicas de como aumentar o potencial comunicativo;

-Além de dominar o tema, deve possuir currículo que demonstre experiência na área de atuação. Importante ter escrito livros ou publicado artigos específicos sobre sua área de atuação; 

-Montar palestra profissional em power point com gráficos, fotografias e vídeos demonstrativos que encantem e motivem os participantes; 

-Citar cases de sucesso que foi responsável; 

-Vestimenta impecável e pontualidade; 

-A interação com os participantes antes do evento também é de suma importância para agregar empatia;

-Saber lidar com objeções/contrariedades com maestria, autoridade e profissionalismo;

-Envolver os condôminos de tal forma fazendo com que a esmagadora maioria aprove as soluções e queira rapidamente as implementações das soluções em segurança apresentadas pelo Consultor/Palestrante.


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