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Síndico: o barato, quase sempre, sai caro

O Consultor - Ricardo Karpat

Principal referência nacional na formação de Síndicos Profissionais; Especialista em Recursos Humanos e Condomínios; Diretor da Gábor RH; Formado em Administração de Empresas pela FAAP; Pós Graduado em Marketing pela Universidade Mackenzie.


20/11/2018

Síndico: o barato, quase sempre, sai caro

Síndico: o barato, quase sempre, sai caro

Tenho viajado diversas cidades do país para ministrar palestras e aulas voltadas a Síndicos. Esta tarefa, que para mim, é muito prazerosa, pois amo o que faço, tem se tornado uma preocupação nos últimos tempos. Explico; em um momento em que a crise econômica é sentida por muitos brasileiros e que os veículos de comunicação exploram constantemente o tema, alguns Síndicos iniciaram uma política de trabalho um tanto quanto perigosa: a política do corte de custos indiscriminados.

 

Importante salientar que existe um limite de redução de custos, existem alçadas possíveis e outras não. Por exemplo, o condomínio não pode deixar de pagar os impostos atribuídos a ele. Se, assim o fizer, em algum momento terá que quitar essa dívida e o valor será consideravelmente maior. Portanto, o que pode parecer, em um primeiro momento, uma redução de custos, na verdade é um erro de gestão que irá apenas postergar o gasto potencializando ainda mais o valor.

 

Os principais alvos de cortes financeiros são: o corte de manutenção preventiva dos equipamentos e a não realização das normas regulamentadoras obrigatórias do Ministério do Trabalho. O primeiro caso, embora muito diverso do exemplo dos impostos, tem o mesmo resultado. Posterga-se custos, porém os potencializa.

 

É sabido por todos que a manutenção preventiva é mais econômica do que uma manutenção corretiva ou até mesmo a substituição de equipamentos, isso sem contar no desconforto aos moradores no momento do não funcionamento de um equipamento, como o gerador, no caso da queda de energia, por exemplo.

 

No caso das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho, seu corte é uma redução de custos não inteligente. Provavelmente demorará um pouco para a conta chegar, mas quando ela vier será pesada. Explico: no caso de uma ação trabalhista de um funcionário alegando problema de saúde por conta do serviço prestado no condomínio, o juiz irá exigir o certificado dessas normas, e o não cumprimento das mesmas, muito provavelmente irá fazer com que o condomínio perca a ação e tenha de quitar valores que, muitas vezes, exigem arrecadações extras para honrar com seu pagamento.

 

Interessante perceber que essa onda de corte de custos indiscriminados ocorre por conta da crise econômica brasileira, criada justamente por opções não inteligentes feitas pelos nossos governantes nos últimos anos. O erro deles deveria ter servido de exemplo do que não fazer, porém, infelizmente alguns seguem a mesma toada, mas uma hora a conta chega!

 

Minha luta pela profissionalização da função de Síndico passa também por fazer com que os condôminos entendam mais sobre o assunto a que tanto lhe dizem respeito. Fazendo uma analogia com a realidade brasileira, aonde nos últimos dois anos a população impulsionou seu conhecimento político, luto – em conjunto com meus parceiros – para que esta interação por parte da população sobre os assuntos da gestão pública seja estendida também para a gestão privada e para as minicidades que são os condomínios.


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